domingo, 24 de junho de 2007

Produzindo nos desertos da vida

Na Bíblia, o deserto está sempre associado a provações. É interessante notarmos que Deus mandou muitos de Seus servos para o deserto para que aprendessem lições importantes para suas próprias vidas e também para que fossem exemplos para nós. Isso se dá porque, em muitos momentos, a correria da vida impede a pessoa de ouvir o que Deus quer falar. É nessa hora que Ele envia as pessoas para o deserto, para que enfim entendam o que o Pai está querendo deles. Grandes servos de Deus tiveram que ir para o deserto para serem provados e se prepararem para os grandes desafios para suas vidas. Abraão atravessou o deserto até chegar a Canaã, com a promessa de que seria bênção para todas as famílias da terra. Moisés deixou o palácio do Faraó, onde fora criado com toda mordomia, para viver 40 anos no deserto do Sinai, para aprender a depender de Deus e não de si mesmo, para depois conduzir o povo de Israel por mais 40 anos pelo mesmo deserto de volta à terra prometida. Elias caminhou 40 dias pelo deserto até ter a visão de Deus e receber a missão de ungir dois reis e um profeta, que completariam o propósito de Deus de eliminar Seus inimigos. E por fim, Jesus foi para o deserto para ser tentado pelo diabo durante 40 dias antes de iniciar Seu ministério terreno.
Mas ao mesmo tempo em que o deserto é apresentado como lugar de provação, ele também é apresentado como lugar onde Deus se revela de forma maravilhosa para Seus filhos. Foi no deserto que Deus apareceu para Abraão como uma tocha de fogo, reassumindo Suas promessas e que se mostrou como Jeová Jireh, o Deus que provê o necessário para Seus filhos. Foi no deserto que Deus se revelou a Moisés no meio da sarça (um arbusto seco) que queimava e não se consumia. Foi no deserto que Deus mandou o maná todos o dia para Israel, durante 40 anos, abriu o Mar Vermelho e colocou uma nuvem sobre o povo durante o dia e uma coluna de fogo à noite. Foi no deserto que Deus se apresentou a Elias no meio de uma suave brisa, e, por fim, foi no deserto que Jesus foi servido pelos anjos, embora estivesse no meio das feras. Mas cuidado, pois enquanto Deus se revela, o diabo pode fazer com que você veja miragens, ou seja, ilusões que tem como objetivo afastá-lo do propósito de Deus para sua vida.
Ezequiel 36 fala de um rio que sai do santuário de Deus e desemboca no Mar Morto, cortando todo o deserto. No meio do caminho, o rio vai abençoando tudo o que está ao seu redor, produzindo frutos e peixes para alimentar os que vivem ali e também árvores, cujas folhas servem de remédio para curar suas feridas. No meio do caminho, existe um grande lago, chamado de Lago de Tiberíades ou Mar de Tiberíades (também chamado de Mar da Galiléia). Ele recebe as águas do rio, que tornam férteis toda a região. Ele é alimentado pelas águas do rio, mas não as guarda apenas para si. Ele produz vida ao seu redor, é abrigo para os peixes que ali se reproduzem, e volta ao seu curso normal. Depois, continuam rumo ao Mar Morto. Ali as águas param, não vão a lugar algum, tornando-se um grande lago salgado, onde é impossível existir qualquer vida. Ele não cede sua água para ninguém. Guarda-a junto a si, tornando-se um grande cemitério, pois nenhum ser vivo pode beber de suas águas e nenhum peixe sobrevive à sua salinidade.
Isso nos leva a pensar que temos que procurar produzir algo de bom para os outros, mesmo que estejamos passando pelos desertos da vida. Isso pode ser feito mostrando aos outros que, embora em situação difícil, temos Deus ao nosso lado nos sustentando e guiando rumo à vitória. Caso contrário podemos não abençoar ninguém, limitando nossa vida à murmuração, tornando-nos infrutíferos como o Mar Morto.
Lembre-se de que, se Deus permitiu que você passe pelo Deserto é porque Ele está ao seu lado, querendo que você dependa d’Ele e viva para Ele, abençoando a todos os que passarem pelo seu caminho, pois muitos deles não têm o privilégio que você tem de conhecer um Deus de amor, que nunca deixa Seus filhos desamparados e que faz de Seus filhos, mananciais de bênçãos em meio aos desertos da vida. Por isso, produza para Deus, mesmo que seja no deserto, pois, com certeza, você logo chegará à Terra Prometida, onde nada falta aos que confiam e dependem de Deus.

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