sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Há alguém caído no caminho...

Um homem está caído à beira do caminho. Ferido e humilhado, não tem forças para se levantar.
Seus bens foram levados pelos ladrões. Suas esperanças pelos religiosos que passaram apressados e não lhe deram atenção.
Pobre homem. Vítima de dois tipos de ladrões: os das riquezas materiais e os das esperanças humanas. Os primeiros roubam o presente. Os outros, o futuro. Comum entre é que usam o próximo para seus próprios interesses.
Após roubarem e maltratarem, os ladrões abandonam o homem à própria sorte e vão se esconder nos becos à espera da próxima vítima.
Os religiosos também roubaram o pobre homem. Ele não tem o que dar. Pelo contrário, precisa receber. E como não tem como lucrar com ele, vão se esconder no templo, atrás da religião e seus dogmas e dos bens daqueles que tem algo a oferecer.
Pobre homem. Roubado duas vezes.
Levaram seus bens e sua esperança.
Feriram seu corpo e sua alma.
Como sair desta situação?
Como crer no futuro se só passa por ali um “bastardo” samaritano?
Se os bons não o ajudaram, como poderá o inimigo do seu povo fazer algo por ele?
Mas o samaritano não aceita os rótulos de inimigo ou ateu.
Não quer os bens do homem, mas oferece-lhe os seus.
Não tira sua esperança, mas renova-a.
Não se esconde nos becos ou no templo, mas anda pelas ruas à procura de alguém que dele precisa.
Não teme os ladrões nem os religiosos.
Ama. Apenas ama. Sem interesse, sem medo, sem querer aparecer ou se esconder.
Enquanto caminha a pé rumo à cidade, levando em seu animal o homem ferido, os ladrões dividem o lucro do roubo e os religiosos continuam roubando o povo em nome de Deus.

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